Antonio Maya, CTO da IHS Towers, diz que a solução para as estradas é uma ação de compartilhamento total de infraestrutura de redes móveis.

Durante o Fórum de Operadoras Inovadoras 2024, Celso Birraque, diretor de redes de acesso móvel da Claro, informou que tem conversado com as operadoras TIM e Vivo sobre a conectividade nas rodovias. O executivo contou que conversa com as teles para criar um sistema de compartilhamento de rede celular (RAN Sharing) nas estradas brasileiras.

Além de uma ação conjunta entre as operadoras para investir na cobertura móvel das rodovias, é necessário criar um acordo comercial entre as três, além do apoio e coordenação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que inclusive poderia vir em forma de flexibilização das metas de conectividade das operadoras ante o leilão do 5G.

Birraque diz que “Talvez seja flexibilizar onde já existe a presença (da concorrência) e migrar o investimento para rodovia, desde que a rede seja compartilhada”. “Só seria pedido ou pensado um RAN Sharing em locais onde faz sentido para a operadora. Seja pela demanda pequena ou pela necessidade de crescer e precisar da infraestrutura de outro rival. Geralmente esses acordos são de paridade”, completou.

“A cobertura de rede em estrada é um serviço público. Diria que o primeiro passo é compartilhar o que tem, e depois, encontrar com a Anatel uma flexibilização das metas e iniciar com uma tecnologia mais leve e que atenda as demandas (4G) para então evoluir para o 5G em locais em que haverá a necessidade para isso”, explicou o executivo.

A conectividade nas rodovias também foi pauta de fala de Antonio Maya, CTO da IHS Towers, trazendo o dado de que menos de 32% das rodovias federais brasileiras possuem alguma cobertura de dados móveis, mas que 50% dessa conexão está concentrada no Sul e Sudeste.

O executivo também defende a ideia informada pela Claro, afirmando que é necessário uma ação de compartilhamento total de infraestrutura de redes móveis. Maya explica que avançar com o serviço nas rodovias requer um investimento muito alto, sendo que retorno é pequeno para as operadoras. Um compartilhamento entre as três teles iria viabilizar o custo, já que elas poderiam compartilhar o site.

Também esteve presente no evento organizado por Mobile Time e Teletime nesta quarta-feira, 10, Carlos Roseiro, diretor de soluções integradas da Huawei. Ele acredita que faltam de 3 mil a 3,5 mil sites para levar conectividade às estradas brasileiras, algo que pode ser resolvido por meio de sinergias, como levar conectividade às escolas públicas e regiões agrícolas, ao mesmo tempo que leva para as estradas.

Roseiro ainda lembrou que o problema de conectividade nas rodovias ficou acentuada com a devolução da a frequência de 700 MHz pela Winity, uma vez que não há substituto para cumprir a meta de levar o 4G para as estradas brasileiras.